amor crônica

Ainda falta Ele

10:37:00Helen Marie

Olá chuchus,

Hoje meu papo é com você, menina, princesa, então leia com calma escutando o CD da Marcela Taís, respire e reflita:


Ela era uma menina diferente desde quando se conhece por gente.
Os pais tradicionais a criaram para descobrir o mundo, a mãe sempre dizia "estude, aprenda algo novo, ame o que você fizer".
E ela foi...
Ela chorou metade da sua pré-adolescência (e sua adolescência quase inteira) por valorizar cada palavra ruim que escutava sobre ela, ela devia ter colocado as vozes ruins do mundo no modo mudo e não o fez. Chorou por usar óculos, por ser magra demais, por ter cabelo pesado demais, por usar aparelho, por ser a pior aluna de educação física e a melhor em português, indo na contramão do que lhe diziam: "senta direito, você é menina", "usa roupa de menina", "você precisa engordar", "você não tem aquela tal de anorexia não?"

Os apelidos, ah como eles incomodavam, como doíam... Um dia ela escutou palavras ofensivas de uma professora quando tinha 10 anos, acabou frequentando uma psicóloga, a professora nada fez, nem se quer um pedido de de desculpas.
"Professora, isso é um 7,2?" "É sim sua cega, você nunca enxerga nada menina, tem que usar fundo de garrafa mesmo", a sala toda escutou, riu, ela chorou.

Assim ela começou a se isolar, sua melhor amiga mudou de escola e então ela falava com uma ou duas meninas na sala. Iniciou outra fase de estranhezas: Amizade com meninos.
Seus amigos (que cabiam em uma mão e sobrava dedos) eram meninos e custava pro mundo entender que não tinha nada demais nisso.

Ela não deixava se ser "estranha", sempre com seu velho all star e no fone um rock. As vozes do mundo ainda a deixavam triste, irritada, agressiva, mas também a deixavam forte, independente e com um único objetivo: provar para as vozes do mundo que tudo que elas diziam era mentira.

Passou em uma prova, provou para si mesma que era capaz e consequentemente provou para o mundo, trocou de escola, arrumou o primeiro emprego e abriu mão da boa escola para ajudar a família, para ter seu dinheiro, para ser mais independente. Tocava música, escrevia música, cantava, viajou para cantar e tocar, ganhou um solo, se sentiu a pessoa mais especial do mundo.

Se formou no ensino médio, aprendeu a conquistar o mundo, ganhou um intercâmbio, foi para outro país e por um mês aprendeu a ser ela mesma, aprendeu seu valor, aprendeu que aquele era só o começo da liberdade de alma.

Aprendeu política, formou sua opinião sobre quase tudo, mudou de opinião sem medo, riu muito mais.

Descobriu a paixão, foi feliz por incontáveis dias e triste pelo dobro de tempo. Tudo parecia estar dando certo, ela ainda era a menina do all star, de óculos e aparelho, mas também era a menina do salto e do vestido, a menina confiante, a menina que se amava. Ela nunca deixou de ser a menina do short jeans e da camiseta preta, mas também se tornou a menina da saia, da camisa branca, dos brincos de pérola e do batom vermelho e rosa.



Tudo parecia lindo, mas ela sentia falta de algo, do carinho de alguém que ela sabia onde estava e não conseguia falar com Ele. Lhe faltava coragem para chamá-lo, ela se distanciou dEle, fez tudo o que queria, ela achava que era feliz de verdade, mas ao deitar na cama era a mesma menina de 10 anos, insegura, triste. Provou do que é enganar a si mesma.

Ela chamou Ele, ela reconheceu tudo o que tinha feito, ela não se tornou perfeita depois dessa conversa com Deus, mas ela passou a buscar a perfeição.
Ela se arrependeu de não ter levado Ele em todas as suas aventuras, em ter deixado Ele algumas vezes em casa para ir para a rua.

Ela aprendeu com os erros, com os acertos e a cada dia aprende mais.
Hoje ela com Ele é segura, determinada, dura na queda, de opinião forte, com a auto-estima melhor, ela tem fé, ela não tem vergonha de chorar, ela conta pra todo mundo o que  Ele fez com ela e anda com tudo que aprendeu na mala e com Ele no peito. Sabe porquê?


Ele perdoou ela.








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